sábado, 30 de dezembro de 2006

Adiamento

Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã...
Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,
E assim será possível; mas hoje não...
Não, hoje nada; hoje não posso.
A persistência confusa da minha subjetividade objetiva,
O sono da minha vida real, intercalado,
O cansaço antecipado e infinito,
Um cansaço de mundos para apanhar um elétrico...
Esta espécie de alma...
Só depois de amanhã...
Hoje quero preparar-me,
Quero preparar-me para pensar amanhã no dia seguinte...
Ele é que é decisivo.
Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos...
Amanhã é o dia dos planos.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o rnundo;
Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã...
Tenho vontade de chorar,
Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro...

Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo.
Só depois de amanhã...
Quando era criança o circo de domingo divertia-rne toda a semana.
Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha infância...
Depois de amanhã serei outro,
A minha vida triunfar-se-á,
Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático
Serão convocadas por um edital...
Mas por um edital de amanhã...
Hoje quero dormir, redigirei amanhã...
Por hoje, qual é o espetáculo que me repetiria a infância?
Mesmo para eu comprar os bilhetes amanhã,
Que depois de amanhã é que está bem o espetáculo...
Antes, não...
Depois de amanhã terei a pose pública que amanhã estudarei.
Depois de amanhã serei finalmente o que hoje não posso nunca ser.
Só depois de amanhã...
Tenho sono como o frio de um cão vadio.
Tenho muito sono.
Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã...
Sim, talvez só depois de amanhã...

O porvir...
Sim, o porvir...



Álvaro de Campos









Sim... Depois de amanhã serei melhor.
Depois de amanhã irei aprender a dizer sim, com um sorriso.
Depois de amanhã, no dia de escrever uma data diferente, com um ano diferente; nesse dia vou começar a viver.

(Porque é que soa sempre ao mesmo?)

Não sou capaz, porque simplesmente não sou capaz, de repensar em tudo outra vez.
É doloroso fazer a lista de desejos quando parece que o único objectivo desta é que estes supostos desejos não se realizem.
O que tenho percebido, assim (muito) mais ou menos, nestes anitos, é que o tempo a fazer a lista é mal empregue quando depois não se gasta N vezes mais tempo a concretizar a mesma lista, e se espera que tudo se cumpra como presente de bom comportamento.



Bom Ano Novo. (Sempre preferi o número seis ao sete. Mas veremos.)

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

If

You seem to find the dark when everything is bright.
You look for all that's wrong instead of all that's right.
Does it feel good to you to rain on my parade?
You never say a word unless it's to complain.
It's driving me insane...

If I were you, holding the world right in my hands,
the first thing I'd do is thank the stars for all that I have.
If I were you...

Look what surrounds you now more than you've ever dreamed.
Have you forgotten just how hard it used to be?
So what's it going to take for you to realize
it all could go away in one blink of an eye?
It happens all the time...

If I were you, holding the world right in my hands,
the first thing I'd do, is thank the stars above, tell the ones I love
that I do...


If I Were You - Hoobastank





Yeah yeah...
I know i'm completly blind, but there's nothing to do about it.


E agora deu-me o inglês... pois! ^^

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Fatalismos. hmpf!










E no final é tudo igual.
Para quê tentar tornar mais humano o pensamento?
Eu queria, eu pelo menos queria ser sensível. Dói ser egoísta; saber que sim, mas não conseguir tornar ideias úteis em acções.
Dói-me, mesmo. Não queria conseguir esquecer tudo tão facilmente.
Porque se todos nos importássemos... Todos saberíamos SER. Eu não sei.
Inútil! Porque sou daquelas pessoas que olham para cima, para o céu; daquelas pessoas que querem descobrir antes o infinito, mesmo sabendo que nem ao seu próximo são capazes de reconhecer humanidade.
É a miséria humana, o fundo mais fundo, mais longíquo, mais escuro, o ponto mais pequeno e despresável; o fundo de um poço que já não verte água há muito. (Terá secado, o poço?)
Dói pensar em tanta coisa. E há segundos... A verdade é que tenho segundos de coragem.
Tenho segundos em que quero mesmo olhar para o meu lado, quero mudar o que tracei para mim, e tornar-me humana.
Dou por mim nesses momentos, a pensar que se larga-se o calor fácil, as cores felizes, a inutilidade destas estúpidas ilusões... Talvez assim percebesse o que é ser feliz.
Mas sou fraca.
Este mundo tem tanto para aprender. Tenho tanto para aprender.
E estamos cada vez mais longe de algum dia entender a verdade...
O facto é, que aprendamos ou não o que é viver; sejamos ou não verdadeiramente humanos; tudo... deixará de fazer qualquer diferença! Porque mesmo que se domem os Homens, e as crises e disputas terminem, o Sol se fartará, o escuro imenso do universo que nunca conheceremos quererá ser luz, e tudo, tudo recomeçará de um Zero, sempre igual.
E no final dos cálculos complexos, deveremos obter uma equação bonita, que dirá que tudo o que fica é este ponto inicial... nada mais.


Argh! Acabei eu de ouvir repetidíssimas vezes que 'A Vida é Bela'.
É? Tem vezes.
Bem... o texto; (a pretensão a), ficou incompleto; não estivesse eu a metade também.
Talvez um dia decida voltar a ele, e constatar o que me vai pela mente em alturas como esta, (não, geralmente não decido ser fatalista pelo Natal). Talvez...
Mas duvido que algum dia consiga por em 'papel' qualquer coisa que se assemelhe ao que sinto, muito menos quando o que mais me perturba é 'porquê continuar assim?' e, 'porque não ir viver para a Gronelândia?'. Ok, ok... a verdade é que só considerei a Gronelândia agora mesmo, (mas também deveria ter um desconto... estive três minutos a ouvir 'A Vida é Bela'). E mesmo não sendo a Gronelêndia 'per si', a ideia deu para perceber (acho).
Porque é que ando tão (mais do que o usual), estranha? Quero férias!
(Ups! Estás de férias... não estás? 'Não, parece.')

Definição

Introdução Linguística. Ser, como verbo e nome, corresponde a einai, esse, essere, être, to be e being e sein. Em todas essas línguas ser exerce a dupla função de verbo absoluto e de verbo cópula. É ao mesmo tempo estado e conteúdo de sua função lexical. Nesta acepção, diz-se que Ser é um verbo de existência. Ser tem sido um tema dominante da filosofia contemporânea devido, respectivamente à denúncia heidegeriana do esquecimento do Ser.
Ser é o estado do que é. O que é o ser senão o regente do verbo ser, e que recebe tudo que é por ele predicado.
Ser refere-se ao vivente simples ou multiplo. Pode pertencer ao dominio fisico ou do espirito. Diz dos seres animados e inanimados e de suas relações.
O ser é tido na psicologia
como consciente, mas também como ser animico ou instintivo.

(from WIKIPÉDIA)






E teimo em não deixar que me essinem a SER.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Entendes?

Quer pouco: terás tudo.
Quer nada: serás livre.
O mesmo amor que tenham
Por nós, quer-nos, oprime-nos.

Ricardo Reis






OPRIME-NOS.
Entendes?
Fui confirmar ao dicionário. Era mesmo isso.
Tiranizar, afligir, apertar!
Corta a vida, o sopro do coração.
Entendes?
Entendes-me?
Tenta perceber o porquê de tudo isto.
Tenta perceber porque fujo desse mundo... porque uso todas as defesas possíveis e imaginárias.
Eu não sei gostar, não consigo aprender... e tu nunca mo ensinaste.

quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Nada mau.

CAUBA C/A PICA TODA x'D



Que bom haverem momentos de lucidez!
Quantas vezes vou ler e reler, e reler, e reler esta frase... Oh saboroso entendimento absoluto!
Lembrei-me agora mesmo da frase que faltava: "Sei a verdade, e sou feliz." E não seria ela de Pessoa.
É tão engraçado... curioso mesmo. Há quantos anos, (se é que alguma vez), não me sentia assim... E o melhor de tudo é que não aconteceu nada; nada aconteceu! Continua tudo igual, (fora o frio que vai aumentando, mas até esse está estranho), e estou eu assim. Não precisei de aditivos (!), não precisei que fizessem algo por mim.
Estou num estado... estranho. Tenho estado... estranha. O mundo está... estranho.
Tudo isto soa... Estranho! (Eu sei, e sou feliz.)
Bem sei que a qualquer momento esta condição pode passar, que tudo isto é rápido, tão rápido que de poucos momentos assim me lembro.
Para ser sincera, tenho medo dessa perca. Mas! E se eu tiver aprendido a receita? E se for como a música: "Ter a solução, e não poder dizer" ?
E se..! Era tão bom... especialmente para alguém que sempre teve a cor cinzenta como fundo, nunca soube ver as coisas boas, que não era (era?) capaz de esquecer tudo, que não pensava pequeno, que não.
Oh, que estado tão bom!
Tudo bem, a felicidade são momentos, (curtos então?), são milésimas de milésimas de segundo. Mas! E se eu tiver aprendido a pelo menos manipular o meu sorriso? Hm. Nada mau.
Nada mesmo!
Só quero continuar assim, não esquecer a receita e aprender ainda mais sobre esta arte tão deliciosa.
Quero reler este texto apenas para matar saudades, não da lucidez, mas dos anos... apenas.

(E a frase acima não é totalmente desajustada x)





ham! i até deixo uma janelazita de opiniõas aberta =)

sábado, 18 de novembro de 2006

Estou

Estou tonto,
Tonto de tanto dormir ou de tanto pensar,
Ou de ambas as coisas.
O que sei é que estou tonto
E não sei bem se me devo levantar da cadeira
Ou como me levantar dela.
Fiquemos nisto: estou tonto.

Afinal
Que vida fiz eu da vida?
Nada.
Tudo interstícios,
Tudo aproximações,
Tudo função do irregular e do absurdo,
Tudo nada.
É por isso que estou tonto...

Agora
Todas as manhãs me levanto
Tonto...

Sim, verdadeiramente tonto...
Sem saber em mim e meu nome,
Sem saber onde estou,
Sem saber o que fui,
Sem saber nada.

Mas se isto é assim, é assim.
Deixo-me estar na cadeira,
Estou tonto.
Bem, estou tonto.
Fico sentado
E tonto,
Sim, tonto,
Tonto...
Tonto.


Álvaro de Campos











WHAT IF I WANTED TO BREAK?

WHAT WOULD YOU DO?

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Fantasia.

Esta gente vive lá, e eu não consigo sair dessa prisão.
Porquê esta forma de levar a vida? Porquê quereres saber mais de mim do que de ti? Porquê?! És capaz de explicar ao menos?
Não. Previsível!
Eu ainda cheguei a pensar que houvessem pessoas livres, enganei-me. E tu fizeste questão de mostrar o erro da minha teoria de castelos de cartas, obrigada.
Por um pequeníssimo acaso eras tu quem carregava com o que restou das minhas esperanças nisto tudo. Por um acaso.
Por outro acaso descobri a tua máscara. Haverá alguma vez mais maravilhosa coincidência? Duvido.
Sabes, (de certeza que não; não fazes a mínima ideia, não tencionas fazer; continuas na fantasia, numa diferente da minha), sabes, começo a pensar que a tese do egoísmo é mesmo a mais correcta para este planeta azul. E eu que ainda fiz um esforço para acreditar que não. Obrigada.
Continua na tua Fantasia, é bonita ao menos para ti.

domingo, 12 de novembro de 2006

Não basta abrir a janela.

Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.

Álvaro de Campos









E isto diz tanto. Sei que sim.
Enquanto tiver filosofia, (não 'aquela' filosofia de quem tudo sabe), enquanto continuar a inventar filosofia,lembrar filosofia, citar filosofia.
Enquanto tanta coisa, tanta mesmo. Não vou viver. Sei que sim.
Alguma vês abrirei alguma janela? Sei que sabes que não.
Sei que sabes, e que eu mesma sei.
Mas talvez não saibas que gostava de abrir uma janela. Gostava de saber sorrir como tu.
Por enquanto fica o sonho 'do que se poderia ver se a janela se abrisse, que nunca é o que se vê quando se abre a janela' .




(Continuas a saber sorrir como só tu.)

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

It's Not Easy

It's not that easy being green
Having to spend each day the color of the leaves
When I think it could be nicer being red, or yellow or gold
Or something much more colorful like that

It's not easy being green
It seems you blend in with so many other ordinary things
And people tend to pass you over 'cause you're
Not standing out like flashy sparkles in the water
Or stars in the sky

But green's the color of Spring
And green can be cool and friendly-like
And green can be big like an ocean, or important
Like a mountain, or tall like a tree

When green is all there is to be
It could make you wonder why, but why wonder why
Wonder, I am green and it'll do fine, it's beautiful
And I think it's what I want to be









And i think it's what I want to be.

sábado, 4 de novembro de 2006

Sexagésima Primeira

" O Sermão da Sexagésima " ?
Não foi nada sequer que se parecesse, mas olhando para trás...
60 edições de texto, multiplicadas pelas dúzias de quartos de horas que cada um levou, tenho aqui investida uma parte (muito?) pequenina da minha vida. E sendo hoje isto de gastar vida com algo, uma raridade, tenho aqui algo que para mim vai construindo o seu próprio valor.
Foi um investimento a branco, sem perspectiva de prazo algum sequer. Não esperava nada de concreto, nada exigi. Toda esta (ainda fraca) estrutura foi surgindo, porque estas letras não nasceram cinzentas; porque antes este espaço era democrático; porque a forma, a intensão, o destinatário, foram tomando formas diferentes, enfim, porque também eu passei para o metro e setenta e seis, (ou lá o que seja); porque também eu ganhei um pouco mais de consciência, à minha maneira, mas ganhei; porque também eu começei a gostar do cinzento ao invés dos espectros berrantes.
Se cresceu comigo? Treze meses, (descontando os meses vazios desta existência, que foram também eles vazios para mim certamente), treze meses não são nada numa vida, (novamente gosto de contradições). Cresceu.
E relendo a sexagésima edição, (não esta, mas a anterior), até faz algum sentido, lá nas " abstractices ".
A minha exitência, a existência deste espaço, é precária! E agora muito seriamente, ao menos a existência deste canto fez-me sentar, acalmar, e pensar um pouco. Não me refiro a resultados brilhantes, ou dignos de leitura, mas fez-me bem. Fez-me bem esta existência, esta precariedade começa a fazer parte de mim.
E queiram os seres do Olimpo que isto se torne natural para mim. Queiram eles.




Engraçado seria saber que alguém ainda gasta também uma pequeníssima parte da sua vida a ler isto. Engraçadíssimo! xD

domingo, 29 de outubro de 2006

Contrariaste-te

Existo numa condição precária, sem perspectiva de existência alguma.

[pedaço de uma outra precariedade, 2006/08/06]








Já me tentas-te explicar que não se aprende a viver, já me tentas-te ensinar a deixar de procurar respostas para tudo.
Já olhas-te bem? Contrariaste-te.
Sei que pelo menos tentaste. Ao menos uma vez provocaste as leis universais, e os seus orgulhosos assinantes.
Sei que não sabes ainda ao certo o porquê; eu perdi a esperança de o encontar há algum tempo.
Sei que agora já sabes o desperdício de tempo de que se tratou.
Gostava que o mundo fosse como tu. (E nem estou a referir-me ao sorriso que faz voar, nem à cor que lembrou o pintor do céu).

sábado, 28 de outubro de 2006

-

Lamento.
Não sei ter outra forma.
Não sei ser outra pessoa, nem mesmo tornar-me fumo branco e desaparecer.

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

anything, anything

[. .]

lie to me
give me something worth living for
tell me a reason worth fighting for
give me anything, anything to keep me breathing

go lie to me
tell me stories so beautiful
an epic of something so terrible

[. .]







go lie to me







Tu sabes. .

sábado, 21 de outubro de 2006

MTAT, HHE, OHS

naah!

querem-se é mais demónios da 'stupidity'! x')





[Cor! =\

' And I'm giving up on happy endings. '

She said.



Whatever!







Se a vida é da tua maneira, se o céu tem a tua cor, se és tu o jogador deste jogo estragado... Porquê?
Porquê essa insistência? Porquê esta existência?
Teimosia arriscaria, como mortal ousada que nunca serei. Teimosia de um semi-deus em jogar este jogo de marionetas; falsas, de madeira fraca, tristemente pintadas com tintas de sangue.
Semi-deus. Total fantoche de outras quaisqueres entidades; total idiota esquecido da conjugação do verbo ser que não na primeira pessoa do singular.
Também tu não és nada neste lugar escuro. Também tu não és.

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

Se

" Se eu disser...

Que nunca me senti assim entre a Espada e a Parede..."






Música bonita ^^

E já disse o Sr Padre António Vieira, ' E o que fazer à terra que não se deixa salgar? '.
E então, o que fazer a esta gente perdida, cheia de coisa nenhuma, oca de tudo o que importa... ?
O que fazer a tudo isto, recheado de inequações impossíveis, um mundo em constante nevoeiro... ?



Ai... Se só o querer fosse suficiente...

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Que mais?

Tenho sono.

Que mais poderei dizer deste meu estado? (Ou estadia?)
Se tenho a alma adormecida, mas não anestesiada. Se sinto cada punhal nas costas. Se me falta o ar, desta queda em estado livre.
Se o que mais quero é dormir.
Tenho sono.

quinta-feira, 28 de setembro de 2006

.

urgh

Enfins... são coisas que acontecem. [embora não devessem x)

terça-feira, 26 de setembro de 2006

Baralha-me.

" E o ser assusta-se. A existência interroga-se. "










Baralha-me esse teu olhar. Quem mandou aos habitantes do Olímpo deixarem a perfeição esquecida nessa cor?

Às vezes esqueço-me da realidade. Se o tempo exacto passou, porque é que ficaram tantas reticências e interrogações para trás? Continuam afiadas e dispostas a causar aqueles cortes profundos... tão profundos que chegam a arrancar o fôlego, e a adormecer a alma, de dor.
Se ninguém sabe ler esta história, se ninguém é capaz de compreender toda esta trama... se este ninguém não é mais do que o elenco principal...
Quem foi o infeliz dramaturco que nos inventou? Quem foi que empenhou o esforço de pegar na caneta e na alma, só para escrever todo este enredo?
Quem terá contratado estes dois maus actores que somos?









[ teria saído 'mais melhor' e mais 'adequado' no dia certo.. eu sei que sim.. mas a 'anestesia' tem esses efeitos.

sexta-feira, 22 de setembro de 2006

Lisbon Revised.

Nada me prende a nada.
Quero cinquenta coisas ao mesmo tempo.
Anseio com uma angústia de fome de carne
O que não sei que seja -
Definidamente pelo indefinido...
Durmo irrequieto, e vivo num sonhar irrequieto
De quem dorme irrequieto, metade a sonhar.

Fecharam-me todas as portas abstratas e necessárias.
Correram cortinas de todas as hipóteses que eu poderia ver da rua.
Não há na travessa achada o número da porta que me deram.

Acordei para a mesma vida para que tinha adormecido.
Até os meus exércitos sonhados sofreram derrota.
Até os meus sonhos se sentiram falsos ao serem sonhados.
Até a vida só desejada me farta - até essa vida...

Compreendo a intervalos desconexos;
Escrevo por lapsos de cansaço;
E um tédio que é até do tédio arroja-me à praia.
Não sei que destino ou futuro compete à minha angústia sem leme;
Não sei que ilhas do sul impossível aguardam-me naufrago;
Ou que palmares de literatura me darão ao menos um verso.

Não, não sei isto, nem outra coisa, nem coisa nenhuma...
E, no fundo do meu espírito, onde sonho o que sonhei,
Nos campos últimos da alma, onde memoro sem causa
(E o passado é uma névoa natural de lágrimas falsas),
Nas estradas e atalhos das florestas longínquas
Onde supus o meu ser,
Fogem desmantelados, últimos restos
Da ilusão final,
Os meus exércitos sonhados, derrotados sem ter sido,
As minhas cortes por existir, esfaceladas em Deus.

Outra vez te revejo,
Cidade da minha infância pavorosamente perdida...
Cidade triste e alegre, outra vez sonho aqui...

Eu? Mas sou eu o mesmo que aqui vivi, e aqui voltei,
E aqui tornei a voltar, e a voltar.
E aqui de novo tornei a voltar?
Ou somos todos os Eu que estive aqui ou estiveram,
Uma série de contas-entes ligados por um fio-memória,
Uma série de sonhos de mim de alguém de fora de mim?

Outra vez te revejo,
Com o coração mais longínquo, a alma menos minha.

Outra vez te revejo - Lisboa e Tejo e tudo -,
Transeunte inútil de ti e de mim,
Estrangeiro aqui como em toda a parte,
Casual na vida como na alma,
Fantasma a errar em salas de recordações,
Ao ruído dos ratos e das tábuas que rangem
No castelo maldito de ter que viver...

Outra vez te revejo,
Sombra que passa através das sombras, e brilha
Um momento a uma luz fúnebre desconhecida,
E entra na noite como um rastro de barco se perde
Na água que deixa de se ouvir...

Outra vez te revejo,
Mas, ai, a mim não me revejo!
Partiu-se o espelho mágico em que me revia idêntico,
E em cada fragmento fatídico vejo só um bocado de mim -
Um bocado de ti e de mim!...


Álvaro de Campos - Lisbon Revised













Duvido qua haja algo mais acertado a dizer neste momento.

Uma existência em falta.

" I want to hear your voice out loud! "





Querer sentir!
Querer um viver absoluto.
Desejar um novo sentido, é tudo o que faço. Mas o sentido perdeu-se há algum tempo... e é há muito que os desejos não são concretizados.
Não vais compreender. Nunca! Ah... como poderias? Não és igual a mim, nunca foste.
Da tua maneira a vida parece simpática. Tentei criar um quadro assim só para mim, mas fracassei. Fracassei com todas as poucas forças que usava para sobreviver.
Eram poucas as forças, já tinha dito?
Quê?! Ou então seja isso. Chega-se a uma altura em que nem se conhece a própria dimensão.
Não, não faço a mínima ideia do meu tamanho neste universo todo, mas posso dar um palpite? Tenho o tamanho de um ponto perdido em toda esta conjuntura. Um ponto de nada. Uma existência em falta.

Querer um viver absoluto.

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

Aliás.

Kind of Lost I feel.










Perdida num mundo que não é o meu, definitivamente.
Presa num corpo sem asas, figura humana.
Não gosto disto. Aliás, não gosto de nada.

domingo, 17 de setembro de 2006

'Bora ?

Que tal regressar às mesma rotina?
Recomeçar o dia-a-dia assassino e retomar o ritmo feio e nada melódico a que me tinha habituado.
Voltar a esperar e desesperar.
Rir e chorar ao simples vislumbre daquele mesmo edíficio.
Que tal estar de volta ao mesmo?

A mim não me agrada.

sábado, 16 de setembro de 2006

.

E hoje voltei a apaixonar-me! x')

Desta vez foi por um corte.
( Há coisas piores. ) =')

( Sim, ponto final. )

Como uma tela por pintar.
Gosto tanto destas paixões repentinas que me perseguem a alma... Aquecem o corpo quase morto pela rotina e apagam por momentos a monotonia dos tons cinzentos da vida.
Gosto de ser feliz ao menos nestas fases.
Se num momento quero ser pintora, no seguinte astronauta e no outro pianista, qual é o problema deste mundo chato?
Não tenciono mudar-me. ( Sim, ponto final. )
Quero ao menos manter o meu espírito inconformista a sonhar, já que a inevitabilidade o tentará roubar a cada segundo da vida séria.
Se não me contento com o nível do mar, que fazer senão tornar-me numa alpinista e testar-me nas alturas? Mesmo que me custe uma vida a aprender as técnicas.
São paixões, e assim duram para sempre, mesmo que apenas até ao próximo nascer do Sol.
Hoje quero ser pianista! E nada mais que pianista serei por hoje.
Quero ter coragem e paciência, persistência, e continuar a lutar.
Queria tanto tocar com a alma. Mas sou feita de paixões como uma criança maravilhada numa montra de brinquedos.
Por hoje quero ser pianista e tocar com a alma, esquecer o mundo!
Ou talvez seja isso: apaixono-me para esquecer este mundo.
Se esta for uma forma de me manter viva, continuarei a ver a vida assim, a procurar pequenas coisas apaixonantes num mundo feio.

...e por hoje quero ser pianista e tocar com a alma.

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Perspectivas.

Pespectiva de ano lectivo horrível.

E porque será que se contenta tudo com 'Biologia e Geologia' ?
Afinal qual é o problema deste país para com a 'Geometria Descritiva A'?
Dependendo da engenharia, mas em grande parte destas GD A é muito mais útil que BG.
E se o primeiro curso, como é chamado, se destina também às engenharias, porque é que quem opta por ter GD A tem de esperar pelo 11º ano, resignar-se à sorte de ter ou não a disciplina, e ainda ter de se sujeitar a um horário desumano?
Para além de parecerem não conseguir encaixar a disciplina nos horários, são pouquíssimas as escolas que têm esta disciplina disponível para o primeiro curso, mesmo que só no 11º ano.
A minha tem. Boa!
Quantas tardes tenho eu livres? ( Sim, como se durante o ano fossem muito livres. ) Nenhuma.
Se o meu horário faz sentido? Se não tem furos incompreensíveis por causa da tal 'Bio Geo'? Que perguntas!

Se informassem bem todos os alunos, parte destes nunca pensaria inscrever-se na disciplina de BG.
Não tenho nada contra esta disciplina, é muito útil e bastante importante para seguir profissões importantíssimas para a sociadade.
Mas GD A também não é isto tudo?!

E que mais fazer agora? As cartas estão lançadas e o jogo prestes a começar.
O horário vai matar-me, tenho a certeza.
Mas o que não se faz por uns quantos sonhos...

Talvez um dia, um dos estados que gasta mais dinheiro com a educação compreenda que a informação não desgasta os cofres...

Ah, e se um dia alguém ler isto, [ Qual garrafa lançada ao mar x) ], e se nesse dia ainda formos o que somos, e se esse alguém gostar de algo que não o convencional, e se sonhar com uma engenharia que não meta Biologia e/ou Geologia, modestamente aconselho esse jovem por GD A, mesmo que no 11º, mesmo tenho um horário desumano, mesmo tendo mais horas no 12º.
Vale sempre a pena, disse O Grande Poeta.

Já disse o que pensava sobre BG, não tenho nada contra, apenas não percebo qual é a diferença para com GD A.
Informem-se antes de se inscreverem no 10º ano.

terça-feira, 12 de setembro de 2006

( vazio )

Dizem?
Esquecem.
Não dizem?
Disseram.

Fazem?
Fatal.
Não fazem?
Igual.

Por quê
Esperar?
Tudo é
Sonhar.


Fernando Pessoa









' Tudo é sonhar. '

domingo, 10 de setembro de 2006

Não?

I ask myself: ' Do you know what you are getting yourself into? '

( Relient K @ Getting Into You )






Não há explicação. Não vejo um motivo concreto, ( como se fosse capaz de concretidades ).
Não consigo perceber o que se passa, nem o rumo que tudo pode tomar.
Isto assusta. Faz tremer todas as pontes que tentei remendar, e desmorona as novas que construí.
É estranho, não porque seja algo novo, não... Mas, se tentar encontrar algumas definições... Sim, é algo novo.
É diferente, talvez. Talvez uma nova forma de ver, e assim uma nova forma de... Não?
Isto assusta.

quinta-feira, 7 de setembro de 2006

Traduções.

É fácil. Assim é tão fácil!
Criticar por criticar. Usar e abusar de argumentos vazios!
É tão estranho, tentar entender mentes assim. Escusado!
Não vou esforçar-me para compreender a tua contentação em desenhar-me.
Se preferes pintar esse meu "eu", continua com essa aquarela cor-de-rosa no que convém aos teus lados.






traduzindo a música..
/ sou um pouco mais que inútil. .

E o que foi feito de Mim.

“ Dou comigo na corrente
Desta gente que se arrasta.

Um dia-a-dia sem sentido.

E o que foi feito de mim. “


Seja qual for o receptor desta carta vazia, seja qual for a direcção deste envelope translúcido; que se saiba que não assinei de livre vontade.
A vida obrigou-me. A rotina assassinou a originalidade, e não pude escolher outra cor que não o cinzento.
Não tive tempo de rever as frases em branco, não pude estudar o vocabulário. A caligrafia não é a minha.
Tenho o corpo dormente, a verdade é essa.
A mente em febre mortal!
Foi fácil... oh que lamentações!
Foi tão fácil pôr-me neste estado de não-ser.
Tomaram o que por fora ainda sobrava de mim, tomaram o meu nome. ( De que servirão? )
E agora querem fazer-me crer que voltei. Querem dizer-me que isto sou eu.
Não quero acreditar, mas tenho o corpo dormente e a mente em febre mortal e dói, mas dói tanto procurar uma saída desta prisão que dizem ser eu.
Mas eu não era assim. Nunca fui esta existência!
Mas tenho o corpo dormente e a mente em febre mortal, e, por enquanto, dói menos acreditar no que me dizem.

terça-feira, 5 de setembro de 2006

Não sou a Única.

" Pensas que eu sou um caso isolado
---Não sou o único a olhar o céu
---A ver os sonhos partirem
---À espera que algo aconteça
---A despejar a minha raiva
---A viver as emoções
---A desejar o que não tive
---Agarrado às tentações
---E quando as nuvens partirem
---O céu azul brilhará
---E quando as trevas abrirem
---Vais ver, o sol brilhará "










Leio, releito, oiço e volto a ouvir.

Linda a música! Linda a letra!

Lindo o concerto!

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

O Meu.

Egoísmo. O meu.
Querer tudo, claro! Quero tudo, como se o mundo terminasse amanhã.
Viver a vida nesta angústia. Cansaço, só de pensar num novo desejo.
Um saber antecipado da frustração. A inevitabilidade da imperfeição.
Um coração que aos poucos se cansará. Farto de buscas incessantes e inesgotáveis, como eu.
Quero o mundo. E como um poeta disse, quero devorar o mundo, condensá-lo num só grito!
Quero uma gota de ambrósia! Piedade desses seres divinos e satisfeitos com as suas próprias buscas!
Quero, sempre quis. Um dia saberás, e somada outra eternidade, vais compreender-me.








/ o que um pin faz =\ [mas era um LINDO! com um gato preto da emily LINDO! urgh =\

Sem culpados, apenas parvos desastrados!
É pena ser eu ser assim.
É? Sim.
Esquecendo o mundo, foi MUITO positivo!
' Siga! ' a repetir.

/ possível futura referência ao 'acontecimento', aliás, como estava previsto para esta actualização. Mas, o que um pin faz =\

terça-feira, 29 de agosto de 2006

Seja O Que For.

Seja o que for que esteja no centro do Mundo,
Deu-me o mundo exterior por exemplo de Realidade,
E quando digo "isto é real", mesmo de um sentimento,
Vejo-o sem querer em um espaço qualquer exterior,
Vejo-o com uma visão qualquer fora e alheio a mim.

Ser real quer dizer não estar dentro de mim.
Da minha pessoa de dentro não tenho noção de realidade.
Sei que o mundo existe, mas não sei se existo.
Estou mais certo da existência da minha casa branca
Do que da existência interior do dono da casa branca.
Creio mais no meu corpo do que na minha alma,
Porque o meu corpo apresenta-se no meio da realidade.
Podendo ser visto por outros,
Podendo tocar em outros,
Podendo sentar-se e estar de pé,
Mas a minha alma só pode ser definida por termos de fora.
Existe para mim — nos momentos em que julgo que efetivamente existe —
Por um empréstimo da realidade exterior do Mundo

Se a alma é mais real
Que o mundo exterior como tu, filósofos, dizes,
Para que é que o mundo exterior me foi dado como tipo da realidade"

Se é mais certo eu sentir
Do que existir a cousa que sinto —
Para que sinto
E para que surge essa cousa independentemente de mim
Sem precisar de mim para existir,
E eu sempre ligado a mim-próprio, sempre pessoal e intransmissível?
Para que me movo com os outros
Em um mundo em que nos entendemos e onde coincidimos
Se por acaso esse mundo é o erro e eu é que estou certo?
Se o Mundo é um erro, é um erro de toda a gente.
E cada um de nós é o erro de cada um de nós apenas.
Cousa por cousa, o Mundo é mais certo.

Mas por que me interrogo, senão porque estou doente?
Nos dias certos; nos dias exteriores da minha vida,
Nos meus dias de perfeita lucidez natural,
Sinto sem sentir que sinto,
Vejo sem saber que vejo,
E nunca o Universo é tão real como então,
Nunca o Universo está (não é perto ou longe de mim.
Mas) tão sublimemente não-meu.

Quando digo "é evidente", quero acaso dizer "só eu é que o vejo"?
Quando digo "é verdade", quero acaso dizer "é minha opinião"?
Quando digo "ali está", quero acaso dizer "não está ali"?
E se isto é assim na vida, por que será diferente na filosofia?
Vivemos antes de filosofar, existimos antes de o sabermos,
E o primeiro fato merece ao menos a precedência e o culto.

Sim, antes de sermos interior somos exterior.
Por isso somos exterior essencialmente.

Dizes, filósofo doente, filósofo enfim, que isto é materialismo.
Mas isto como pode ser materialismo, se materialismo é uma filosofia,
Se uma filosofia seria, pelo menos sendo minha, uma filosofia minha,
E isto nem sequer é meu, nem sequer sou eu?

Alberto Caeiro







/ tudo dito

sábado, 26 de agosto de 2006

3 Desejos.

Apetece uma mudança, novas cores.

Apetece sorrisos, não o meu.

Apetece aprender a ver o essencial, invisível aos olhos.

Apetece rir do mundo, correctamente, das pessoas.

Apetece estar lá, reviver o pôr-do-sol.

Apetece nascer, voltar aos 90's.

Apetece ser mais simples, mudar alguns feitios.

Apeteces.

terça-feira, 15 de agosto de 2006

Se Pensar Bem.

" Não digas nada,
Deixa esquecer. "

(excerto de Fernando Pessoa... poema sem título)




Se pensar bem, estes momentos são tão vulgares!
Náusea só de pensar. Desilusão acima de tudo. Acima do orgulho de Homem que quer ser dono do Olímpo, acima da frustração e desespero de quem, como simples mortal, existe. Mas abaixo do verdadeiro sentimento, comum, vulgar, barato! Barato na facilidade.
Estes momentos... São milenares, intemporais quem saberá?
São estes momentos, com os quais não criamos muita afinidade, que não se apresentam, que não se justificam, que não avisam o quando da sua retirada; que atormentam qualquer consciência, destroem castelos de cartas ou até aqueles mais planeados, de tijolo.
Quem sabe se até os deuses os têm? A estes momentos.
Ou se qualquer essência os terá. Porque não terá uma árvore direito a estes momentos?
Afinal, sem momentos destes, não há justiça no viver! Que direito a mais terá este ser complicado e egoísta? Que semi-deus se pensa, e que de semi-deus julga ser o actor principal.

São estes momentos vulgares, mas pessoais e intransmissíveis, que criam, destroem, e fazem o mundo girar.

domingo, 13 de agosto de 2006

Mas.

" Intangível. É a palavra. Às vezes parecemos dominar o mundo, intocáveis. Mas basta um olhar, o cruzar de duas almas, e tudo desmorona. O castelo que antes julgava ser um forte, lugar seguro para todas as inseguranças, cai como se da mais fina areia fosse feito.
----E o ser assusta-se. A existência interroga-se. Tudo o que antes julgava meu, o que me era certo e inabalável, passa a ser dele. Do olhar que cruzou o meu.
----Perde-se a base, voa-se. Mas com a base vai o amparo. As quedas são maiores, e os golpes são profundos e crueis.
----É um estado quase divino. Uma graça imperdoável, mas saborosa. "

(rascunho não terminado.. como quase tudo meu)











Existes?

sábado, 3 de junho de 2006

Amostra Sem Valor


Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível:
com ele se entretém
e se julga intangível.

Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.

Eu sei que as dimensões impiedosos da Vida
ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância, gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo.

António Gedeão





eu sei?
TU sabes?

p.s.:férias procuram-se! contactar em caso de as avistar.. x)

domingo, 21 de maio de 2006

A Resposta. .


Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.

A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.

Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.

Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.

Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.

Ricardo Reis







i wish that nothing had change.
..forget about the wings for a moment and focus on the reality.

from :: your conscience
to :: your silly side

terça-feira, 9 de maio de 2006

..inventa a audácia!


Deixa tudo!
Porque não esquecer o dia de ontem?
Porque não cortar as correntes que te prendem os pés ao chão?
Tornar-te livre!
Esquecer o mundo tal como ele é...
E criar um lugar diferente, com valores diferentes!
Um lugar que seja teu,
E do mundo inteiro também.
Onde todos os dias têm novos desafios,
Novas cores para o céu,
Diferentes horizontes!
Atreve-te!
Reinventa as leis da Natureza
E esquece o medo de compreender!
Procura a coragem,
E se não fores capaz
Inventa a audácia.
Esquece o medo de perder sem encontrar!

Porque não?





rip 'química dos corpos'
foi uma boa apresentação. =)

domingo, 23 de abril de 2006

..em que eu me prenderia


apetece..
apetece fazer o tempo parar,
carregar no botão e voltar atrás no tempo..
viver e reviver,
num ciclo vicioso,
em que eu me prenderia..
apetece mudar o rumo do mundo,
torná.lo mais nosso
e deixar livres as palavras aprisionadas,
deixá.las cortar estas correntes que carregamos..
apetece mesmo..
e há dias assim,
em que se quer mais que tudo o tudo de ontem,
aquele mesmo que ontem despresámos..
apetece.me que o brilho do olhar voltasse,
ao meu essencialmente..
e apetece.me entender o teu,
ou apenas agir sem pensar,
assim não precisava destas vontades..
apetece tanto..
queria reviver cada momento,
cada segundo..
e hoje ainda se vê em olhares sinceros
a vontade humana de viver,
o querer amordaçado,
que alguém um dia já mais pôde querer..
eu sei, e tu sabes,
num apetecer quase absoluto..


até qualquer momento.








/ diferente.. s/comentários pq.. pq sim
/ me @ o doce som do m e u lugar..

segunda-feira, 17 de abril de 2006

talvez!





let it all out (get it all out)
rip it out, remove it












P. E se..

R. Talvez!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2006

i know u know..

(image by themeekshall)









'
..something tells me that this will all work out in the end



' ..and I know you know










um 2006 muito sorridente! =D
e que o céu fique mais límpido para todos..