quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Análise

Tão abstrata é a ideia do teu ser
Que me vem de te olhar, que, ao entreter
Os meus olhos nos teus, perco-os de vista,
E nada fica em meu olhar, e dista
Teu corpo do meu ver tão longemente,
E a ideia do teu ser fica tão rente
Ao meu pensar olhar-te, e ao saber-me
Sabendo que tu és, que, só por ter-me
Consciente de ti, nem a mim sinto.
E assim, neste ignorar-me a ver-te, minto
A ilusão da sensação, e sonho,
Não te vendo, nem vendo, nem sabendo
Que te vejo, ou sequer que sou, risonho
Do interior crepúsculo tristonho
Em que sinto que sonho o que me sinto sendo.

Fernando Pessoa





Estranho...
Quase Anti-Natura.
Mas engaçado, (espero que mais que isso).

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Não facilito.


Não facilitas.


Não facilitamos.

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Vês... estou a "simplificar o impossível de objectivar" aos poucos.
E tu vais percebendo aos poucos.
E (muito, muito) lentamente (mas "quase perfeitamente") as coisas tomam forma e cor. (Uma cor bonita, sabias? Claro. És tu quem vai descobrindo as receitas do espectro. Eu nunca tive vocação para cores.)
Mas que divagações para aqui vão! Quantos parêntesis, quantas coisas que estão escritas só para ti...
(É verdade... Obrigada por reparares nas pequenas coisas, naquelas que até eu esqueço. Estás a ver! Tu também não facilitas... Se eu complico por um lado, tu complicas também, 'Lado a Lado'.)
Isto é engraçado... Este estado. (Uma vez rascunhei uma coisa engraçada sobre isto, que agora não recordo, mas talvez seja melhor mudar as "definições", ou esquecê-las por completo. Não têm sido muito úteis, sequer acertivas.)
Isto é diferente, acho. (Quero que o seja.)

Gosto da tua maneira de olhar, (Sabes que o meu "não" é muitas, muitas vezes um "sim" não sabes?).

Vês... A tua cor inspira-me.
(Não que o que acabei de rascunhar tenha qualidade. Deixas-me simplesmente a respirar profundamente. Sabias?)

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Sou assim tão difícil de descodificar?
É que... a sério. Por favor, diz-me se sou eu que sou demasiado complicada?
Talvez, okay. Mas acho que há-de haver alguém capaz de descodificar o assunto. Não?
Porque é que não podes simplesmente raciocinar? Ham?! Vá... Tu sabes que consegues perceber.
Se é 'Quase Perfeito' é porque estás quase quase lá... Não é?
Eu tento! É mesmo verdade que tento simplificar os sinais. Já não é a primeira vez que tento ser simples, sempre sem sucesso... E que tal trocar os objectivos agora? Complica-te! (Não oiças o que dizem... das coisas mais certas serem as mais simples! Eles não sabem mesmo o que dizem. Ou pelo menos... assim não vamos a lado nenhum... ou melhor, vamos é para lados diferentes.)

(Estás a ver!)

Tu também complicas... diz lá a verdade.
De vez em quando dá-me assim uma vontade enorme de esquecer de vez as simplificações e complicações, e dizer só e simplesmente as coisas como elas são. Mas ou não sei dizer as coisas como elas são, ou não as posso dizer a quem as deveria ouvir por complicações físicas, (distâncias).
Depois quando as duas condições se juntam finalmente, e a verdade pode ser dita, a terceira e muito muito, (hoje estou para as dulpas repetições), muito importante fica a faltar. Perco a coragem. A tua cor tem esse poder.
Não facilitas. É basicamente isso... isso ou eu deixo de ser eu por ti.
Vês? És capaz de descodificar estas coisas sim.



Ha amor secreto
De cheiro intenso
Amor tao próximo
Amor de incenso

(De uma música Bonita: Sempre Para Sempre, Donna Maria)



E continua a tentar descobrir o código, eu prometo que vou simplificando o impossível de objectivar.
Ah... E obrigada por algo 'Quase Perfeito'.

(Tinha de o escrever agora)

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Sou Eu.


Sou eu a que esquece o dever incondicional de viver, aquela que morreu na batalha à procura dos que já lá tinham ficado.
Sou eu a que não muda, e todos os dias comete os mesmo crimes, porque simplesmente não acredita naquelas mentiras que lhe dizem.
Sou a que não sabe o que diz; não faz ideia do que escreve. Sou eu a que não pode ser levada a sério!
Sou aquela que sempre sonhou em voar, mas que nunca correu tão depressa na direcção contrária ao céu.
Eu... Sou eu.
Aquela que só queria um pedaço de nuvem.

sábado, 17 de fevereiro de 2007

eu queria ser Astronauta,
mas o país não deixou.



E eu não deixo. Não deixo tanta coisa por que anseio.
Mas sou deicidida nesse aspecto. (No que diz respeito a não me permitir.) Mais na zona do não permitir coisas que devia permitir, do que na zona acertiva. Mas o que é que isso interessa para a questão?
O busílis é que sei dizer-me não, e muito. E a questão é ainda mais o não que ao ser meu, para mim, é mais ainda para ti, para aquele que vai ali a passar calma e tranquilamente, sem sequer suspeitar de coisa alguma; para o que ainda virá; para o que, por causa do não, nunca virá. Consegues imaginar? Não... talvez. (Nem sequer me permito acreditar que sim... que vil pessoa que sou, para mim.)
Mas isto tudo foi previsível! (E assim continua.) 'Não' é a melhor paravra que sei dizer. Não propriamente a melhor, mas a que pronuncio mais correctamente. Claro! (A história é longa, e, apesar de vir ao caso, nada interessa ao alguém que alguma vez lerá isto.)
Fica a esperança de um dia aprender a falar bom português, (aquele a verde e vermelho de sangue), e como boa portuguesa, (apesar de mais tendida para o lado vermelho sangue do que para o verde), saber dizer um SIM.
(Atenção! Nenhuma parte deste rascunho se refere a 'altares'.)

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

O Espelho

O espelho reflecte certo; não erra porque não pensa.

Pensar é essencialmente errar.
Errar é essencialmente estar cego e surdo.



Um Dia de Chuva

Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.

Ambos existem; cada um como é.


Alberto Caeiro




Pensar é errar. Hoje reparei nisso.
Pensar que se pensa é então pior ainda.

Cada um como é. (Percebes? Percebo?)

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

If it makes you happy,
it can't be that bad.



(só para relembrar a mim própria de umas coisitas)

sábado, 3 de fevereiro de 2007

Eu ...




Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho,e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!


Florbela Espanca





Porque não me está a apetecer escrever nada,
mas muito porque tenho FQ A à espera.