terça-feira, 22 de maio de 2007

Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.

Alberto Caeiro






Não é a primeira vez deste quadro perfeito aqui, mas quando leio isto é mesmo um quadro que imagino.
O quadro duma história que não me é estranha.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

(Esgo)taditos ...

... de nós =\




O dia virá! ^^









(Não tens importância, reparaste? Nem sequer interessa se sim ou não. Simplesmente nunca tiveste relevância alguma. Andava confusa, só isso.)

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Problema

+

Solução

+

Chatices (pelo meio)

=

VIDA
(Pois é, bébé. x')






Ai...
Se tudo fosse assim...


Se a realidade pudesse ser estudada analiticamente a vida seria muito (muito) diferente:
1º Toda a gente estaria interessada em conhecer a Matemática;
2º Toda a gente gostaria de Matemática (ou faria o esforço, que é pequeno);
3º (Mas não menos importante) Toda a gente seria um pouco (muito) mais feliz, (seja/implique isso o que for/implicar).

Ah! Haveriam também aqueles mestres da calculadora gráfica, que tentavam pôr o significado da vida na memória dos programas, para ver se tornavam tudo mais simples.
Mas como eu não me ajeito com os programas e com os (chatos dos) gráficos... tava mal, tava.



P.S.: (Que já me estava a passar ao lado - pela 2ª vez no dia de hoje - ou ontem)
É importante SUBTRAIR AS ABCISSAS (da vida?).
Como ainda acima está: "= [igual] VIDA"

("It was an honest mistake." - diz a música do CSI, que me está a chamar neste momento - o CSI, porque a música terminou, como a vida, eventualmente.)


Ahh!
Para terminar (porque parece que hoje não me apetece muito sair daqui x), volto a lembrar:

(...) Salvámo-nos na fuga. (Eu acho que sim, tu, não sei.)
Mas não foi Assim

Naquele dia parecia
Que tudo iria dar certo
Acordei tarde e confiante
Em conseguir tudo o que queria

Já com o sol bem alto
Eu decidi seguir o meu caminho
Hoje era o dia de alcançar
Tudo o que tinha sonhado

Sai pra rua sem querer saber
Aquilo que me iria acontecer
Senti que tinha chegado o momento
De correr tanto ou mais que o vento
De correr tanto ou mais que o tempo
Ah... mas não foi assim...

Mas a vontade de alcançar
Foi muito mais forte do que eu
E que tamanha era pressa de chegar
Que nem sequer me apercebi
O que foi que me aconteceu

Deixei tudo pra trás sem querer saber
Deitei tudo a perder sem sequer pensar
Em tudo o que apostei naquele momento
Eu quis correr contra o vento
Eu quis correr contra o tempo
Ah... mas não foi assim...

(Xutos)





- Não foi?
- Hum? Sei lá!


Eu (acho que) sei uma coisa...

(...) Salvámo-nos na fuga .

sábado, 5 de maio de 2007

Como quando não consegues tirar algo da tua mente: fechas os olhos e não nada para além do que tanto desejas.
Como quando pegas numa caneta e só te apetece escrever uma única palavra, ou fazer um único desenho.
Como quando não tens vontade de falar sobre outro tema, e tudo o resto simplesmente não te atrai.



A 'SCV100 Lead' tem esse efeito nas pessoas. ^^
É 'outra coisa'... E significa muito.




(Certo... É pequena e simples. Mas para quem vai começar é apenas Perfeita. Mais ainda para alguém que ouvia sempre a mesma palavra quando o tema era tal. ^^ )



Pode ser?
Hum...?

Porto-me bem, e faço os TPC's todos! ^^

terça-feira, 1 de maio de 2007

Poema em Linha Reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cómico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó principes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e erróneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Álvaro de Campos




Pessoa, Álvaro de Campos, lêm-me a alma.







Nada é para sempre...
A vida dói, corta profundamente, e vai retalhando os que cá ficam.
O que há a fazer é esperar, apenas.
Nada há a fazer a não ser passar o tempo que é nosso aqui.
Nunca se sabe se é muito ou pouco, apenas que é de cada um que tem mais do que o direito, o dever de o gastar.
A vida dói.
Tem coragem, é essêncial...