quarta-feira, 30 de abril de 2008

É nestas coisas que um grupo de rapazes se destaca de um de raparigas.
(Generalizar!, generalizar... é mau, feio, e extremamente incorrecto a todos os níveis, mas quem rascunha sou eu, e agora apetece-me, só para explicar a ideia... enfim.)
Como tão depressa se pode criar um 'grupo de amigos'. Tudo coisa simples, tudo não profundo (ou não), tudo sem complicações ou compromissos, sem obrigações ou regras.
Basta um número superior a um, basta uma disposição simples à boa disposição, basta uma ligeira descontração. E o resultado são tardes (ou pedaços) interessantes, bem humoradas, repletas de momentos puramente simples.

Soube bem.

domingo, 20 de abril de 2008

Dizem que quem corre por gosto não cansa.
Só espero correr sempre por gosto.
Só espero nunca me cansar verdadeiramente. Porque refilar, refilo muito, mas é bom não saber o que é o verdadeiro cansaço. É bom dizer que se está cansada da vida, mas sem o sentir verdadeiramente.
É bom suportar as coisas menos boas do mundo, mas continuar a deitar tarde por um projecto que provavelmente nem vai ganhar.
É tão bom ter de acordar cedo, tão cedo, e na manhã seguinte ter-se um fruto para observar.

É bom o desgaste da vida. É sinal de vida.
Quero correr sempre por gosto, e nunca, mas nunca, sentir verdadeiro cansaço.

terça-feira, 15 de abril de 2008

' (...)O amor é como os Bilhetes de Identidade.
E é. Uns perdem-se mas depois podemos pedir 2ª via e tudo continua ás mil maravilhas. Outros renovam-se em perfeita quietude, uma vida inteira. Outros perdem validade, ponto. E já se sabe que usar um BI depois da data da validade ter expirado pode até passar incólume uma, duas, três vezes o que for. Mas não está certo e pode dar sarilho.
O melhor é saber reconhecer quando o prazo de validade expirou. E esse prazo não é necessariamente a morte. Até que a morte os separe...? Nem sempre.
Até que o fim do amor os separe, é o que é.
Para que possam, mas cada um por si, viver felizes para sempre.'

(d'aqui)



Será? Talvez sim.
Talvez o que eu não saiba é ver a data de validade. Ou tal não existirá?
Hoje apeteceu-me esquecer tudo aquilo que tentei incutir em mim.
Mas o nosso percurso é demasiado complicado.
(Quando é que deixaremos de pensar em demasia?)

quinta-feira, 10 de abril de 2008

«Desculpem se trago hoje à baila a história da professora agredida pela aluna, numa escola do Porto, um caso de que já toda a gente falou, mas estive longe da civilização por uns dias e, diante de tudo o que agora vi e ouvi (sim, também vi o vídeo), palavra que a única coisa que acho verdadeiramente espantosa é o espanto das pessoas.

Só quem não tem entrado numa escola nestes últimos anos, só quem não contacta com gente desta idade, só quem não anda nas ruas nem nos transportes públicos, só quem nunca viu os 'Morangos com açúcar', só quem tem andado completamente cego (e surdo) de todo é que pode ter ficado surpreendido.

Se isto fosse o caso isolado de uma aluna que tivesse ultrapassado todos os limites e agredido uma professora pelo mais fútil dos motivos - bem estaríamos nós! Haveria um culpado, haveria um castigo, e o caso arrumava-se.

Mas casos destes existem pelas escolas do país inteiro. (Só mesmo a sr.ª ministra - que não entra numa escola sem avisar - é que tem coragem de afirmar que não existe violência nas escolas).

Este caso só é mais importante do que outros porque apareceu em vídeo, e foi levado à televisão, e agora sim, agora sabemos finalmente que a violência existe!

O pior é que isto não tem apenas a ver com uma aluna, ou com uma professora, ou com uma escola, ou com um estrato social.

Isto tem a ver com qualquer coisa de muito mais profundo e muito mais assustador.

Isto tem a ver com a espécie de geração que estamos a criar.

Há anos que as nossas crianças não são educadas por pessoas. Há anos que as nossas crianças são educadas por ecrãs.

E o vidro não cria empatia. A empatia só se cria se, diante dos nossos olhos, tivermos outros olhos, se tivermos um rosto humano.

E por isso as nossas crianças crescem sem emoções, crescem frias por dentro, sem um olhar para os outros que as rodeiam.

Durante anos, foram criadas na ilusão de que tudo lhes era permitido.

Durante anos, foram criadas na ilusão de que a vida era uma longa avenida de prazer, sem regras, sem leis, e que nada, absolutamente nada, dava trabalho.

E durante anos os pais e os professores foram deixando que isto acontecesse.

A aluna que agrediu esta professora (e onde estavam as auxiliares-não-sei-de-quê, que dantes se chamavam contínuas, que não deram por aquela barulheira e nem sequer se lembraram de abrir a porta da sala para ver o que se passava?) é a mesma que empurra um velho no autocarro, ou o insulta com palavrões de carroceiro (que me perdoem os carroceiros), ou espeta um gelado na cara de uma (outra) professora, e muitas outras coisas igualmente verdadeiras que se passam todos os dias.

A escola, hoje, serve para tudo menos para estudar.

A casa, hoje, serve para tudo menos para dar (as mínimas) noções de comportamento.

E eles vão continuando a viver, desumanizados, diante de um ecrã.

E nós deixamos.»

Alice Vieira, Escritora





Realmente... somos tão concentrados na nossa magnificidade que tudo o que não é nosso deixa de ter qualquer aspecto positivo. Incluíndo as gerações posteriores.
Pois, este tema das escolas está mais que mais que batido, é a realidade. Assim sendo não vou acrescentar o que quer que seja aos comentários acerca do mesmo. Mas não gostei, simplesmente não gostei de ler esta triste generalização.
As generalizações são isso mesmo, tristes. São pobres e carecem de personalidade.
São tristes, as generalizações. Não lamento ser dessa geração de ecrã, aliás, não lamento ser desta geração a que aqueles que dela não fazem parte já muito chamaram, mas que em nada são acertivos, pois cada tem entendimento da sua própria, e não doutra, geração. Se entendo a minha geração, realmente penso que não. Mas duvido que quem quer que seja a entenda se vier de espada em punho, qual templário atacando heresias.
Nascemos em tempos diferentes, ou será que agora também vêm contrariar a constatação de que "os tempos mudam"?
Nascemos em tempos diferentes, com exigências diferentes, com vivências completamente diferentes. Não podem exigir fornadas de gerações iguais às do início do século XX! Podem ter sido muito bons anos no que toca a existências, mas o tempo verbal é esse mesmo.
Provavelmente também direi daqui a uns anos que "antigamente é que era". Aliás, a diferença entre ter nascido dos finais dos 80, início dos 90, e o ter nascido meia dúzia de anos depois é incrível, e no entanto da mesma geração se trata.
Não se pode generalizar. E a minha geração do "Dragon Ball" que agora já é do "Ecrã", (diga-se de passagem que é uma geração que muda de nome de ano a ano, o que em 25 anos dá muito nome), é a geração que futuramente será a geração a governar e dirigir o país. Será que vamos fazer muito pior figura que a geração anterior, tão digna que é?
De alguém que pertence a uma geração jovem, por isso mesmo uma geração má; ou simplesmente de alguém que estava no estado "do contra", que será algo provável.
Já pensei, disse e acreditei tantas vezes...
Todas sinceramente. Todas definitivamente irremediáveis, que me apagavam a réstea de esperança de conto de fadas infantil.
Mas tu não perdes a capacidade de abalar todos e quaisquer alicerces que eu possa construir, por mais consistentes que os considere. Nunca, essa tua facilidade de me derreter, mesmo quando o frio é cortante, nunca a perdeste. E talvez essa seja "uma verdade inconveniente".
Mesmo que esse efeito borboleta passe no segundo seguinte, ou até me passe despercebido... a verdade é que de certo modo, mais tarde ou mais cedo, sinto a sua onda de destruição. Mesmo que fraquinha, continua a ser de carácter destrutivo, a onda.
Pensava mesmo que estava livre. Mas no profundo-assim-nem-tão-profundo, sabia que só me estava a tentar enganar... Um dia será mesmo verdade, e nesse dia vou lamentar a perda, talvez.
Por enquanto vamos sofrendo assim abalos momentânedos... coisas do segundo, que depois passam, e fica só o rasto que deixam no registo do ritmo cardíaco... na vontade de esquecer o mundo envolvente, nas mudanças de opinião rápidas e injustificáveis senão com o sentir...
(E já me ponho a abusar nas reticências... algo que não acontecia há algum tempo.)
Quantas vezes aqui jurei nunca mais gastar tempo, batimentos cardíacos, teclados de pc's e tinta contigo e com os efeitos teus em mim?
Quantas vezes...
Mas não seria sincera se não dissesse que o teu sorriso é capaz de me domar. Não gosto do facto disto ser verdade, mas parece que há dias em que assim o é. Não são todos, mas alguns (os dias).
E verdade é também o facto de que daqui a cinco minutos vou discordar de tudo isto, e achar um verdadeiro desperdício de tudo, estas linhas.
O meu vício de ti é agora apenas um vestígio... existe porque; como a maioria dos viciados em algo, quando confrontados com o seu objecto de vício, tendem a ceder um pouco, mesmo que não regressem aos modos antigos, uma parte de si é parte do vício, e o seu confronto com a sua parte perdida, separada em nome do bem próprio, da saúde e sanidade de quem quer que seja o viciado; também o nosso confronto directo faz, quando mais directo, faísca.
Tenho a mente pesada agora, e acho que este longo rascunho é filho do sono.
Boa noite aos viciados que estão por obrigação da vida, separados de parte de si.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

A chuva de ontem também me soube bem.
Só quero continuar a dar valor ao tempo estranho, apesar de tudo.

segunda-feira, 7 de abril de 2008


Soube tão bem, a chuva de hoje. Mas tão bem.
Ensopou o corpo e lavou a alma. Acordou o ser.
E foi tão pura a sensação da água a passar pelo rosto, do cabelo encharcado.

A chuva de hoje soube tão bem.


(photo from here)