quinta-feira, 10 de abril de 2008

Já pensei, disse e acreditei tantas vezes...
Todas sinceramente. Todas definitivamente irremediáveis, que me apagavam a réstea de esperança de conto de fadas infantil.
Mas tu não perdes a capacidade de abalar todos e quaisquer alicerces que eu possa construir, por mais consistentes que os considere. Nunca, essa tua facilidade de me derreter, mesmo quando o frio é cortante, nunca a perdeste. E talvez essa seja "uma verdade inconveniente".
Mesmo que esse efeito borboleta passe no segundo seguinte, ou até me passe despercebido... a verdade é que de certo modo, mais tarde ou mais cedo, sinto a sua onda de destruição. Mesmo que fraquinha, continua a ser de carácter destrutivo, a onda.
Pensava mesmo que estava livre. Mas no profundo-assim-nem-tão-profundo, sabia que só me estava a tentar enganar... Um dia será mesmo verdade, e nesse dia vou lamentar a perda, talvez.
Por enquanto vamos sofrendo assim abalos momentânedos... coisas do segundo, que depois passam, e fica só o rasto que deixam no registo do ritmo cardíaco... na vontade de esquecer o mundo envolvente, nas mudanças de opinião rápidas e injustificáveis senão com o sentir...
(E já me ponho a abusar nas reticências... algo que não acontecia há algum tempo.)
Quantas vezes aqui jurei nunca mais gastar tempo, batimentos cardíacos, teclados de pc's e tinta contigo e com os efeitos teus em mim?
Quantas vezes...
Mas não seria sincera se não dissesse que o teu sorriso é capaz de me domar. Não gosto do facto disto ser verdade, mas parece que há dias em que assim o é. Não são todos, mas alguns (os dias).
E verdade é também o facto de que daqui a cinco minutos vou discordar de tudo isto, e achar um verdadeiro desperdício de tudo, estas linhas.
O meu vício de ti é agora apenas um vestígio... existe porque; como a maioria dos viciados em algo, quando confrontados com o seu objecto de vício, tendem a ceder um pouco, mesmo que não regressem aos modos antigos, uma parte de si é parte do vício, e o seu confronto com a sua parte perdida, separada em nome do bem próprio, da saúde e sanidade de quem quer que seja o viciado; também o nosso confronto directo faz, quando mais directo, faísca.
Tenho a mente pesada agora, e acho que este longo rascunho é filho do sono.
Boa noite aos viciados que estão por obrigação da vida, separados de parte de si.