quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Nada mau.

CAUBA C/A PICA TODA x'D



Que bom haverem momentos de lucidez!
Quantas vezes vou ler e reler, e reler, e reler esta frase... Oh saboroso entendimento absoluto!
Lembrei-me agora mesmo da frase que faltava: "Sei a verdade, e sou feliz." E não seria ela de Pessoa.
É tão engraçado... curioso mesmo. Há quantos anos, (se é que alguma vez), não me sentia assim... E o melhor de tudo é que não aconteceu nada; nada aconteceu! Continua tudo igual, (fora o frio que vai aumentando, mas até esse está estranho), e estou eu assim. Não precisei de aditivos (!), não precisei que fizessem algo por mim.
Estou num estado... estranho. Tenho estado... estranha. O mundo está... estranho.
Tudo isto soa... Estranho! (Eu sei, e sou feliz.)
Bem sei que a qualquer momento esta condição pode passar, que tudo isto é rápido, tão rápido que de poucos momentos assim me lembro.
Para ser sincera, tenho medo dessa perca. Mas! E se eu tiver aprendido a receita? E se for como a música: "Ter a solução, e não poder dizer" ?
E se..! Era tão bom... especialmente para alguém que sempre teve a cor cinzenta como fundo, nunca soube ver as coisas boas, que não era (era?) capaz de esquecer tudo, que não pensava pequeno, que não.
Oh, que estado tão bom!
Tudo bem, a felicidade são momentos, (curtos então?), são milésimas de milésimas de segundo. Mas! E se eu tiver aprendido a pelo menos manipular o meu sorriso? Hm. Nada mau.
Nada mesmo!
Só quero continuar assim, não esquecer a receita e aprender ainda mais sobre esta arte tão deliciosa.
Quero reler este texto apenas para matar saudades, não da lucidez, mas dos anos... apenas.

(E a frase acima não é totalmente desajustada x)





ham! i até deixo uma janelazita de opiniõas aberta =)

sábado, 18 de novembro de 2006

Estou

Estou tonto,
Tonto de tanto dormir ou de tanto pensar,
Ou de ambas as coisas.
O que sei é que estou tonto
E não sei bem se me devo levantar da cadeira
Ou como me levantar dela.
Fiquemos nisto: estou tonto.

Afinal
Que vida fiz eu da vida?
Nada.
Tudo interstícios,
Tudo aproximações,
Tudo função do irregular e do absurdo,
Tudo nada.
É por isso que estou tonto...

Agora
Todas as manhãs me levanto
Tonto...

Sim, verdadeiramente tonto...
Sem saber em mim e meu nome,
Sem saber onde estou,
Sem saber o que fui,
Sem saber nada.

Mas se isto é assim, é assim.
Deixo-me estar na cadeira,
Estou tonto.
Bem, estou tonto.
Fico sentado
E tonto,
Sim, tonto,
Tonto...
Tonto.


Álvaro de Campos











WHAT IF I WANTED TO BREAK?

WHAT WOULD YOU DO?

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Fantasia.

Esta gente vive lá, e eu não consigo sair dessa prisão.
Porquê esta forma de levar a vida? Porquê quereres saber mais de mim do que de ti? Porquê?! És capaz de explicar ao menos?
Não. Previsível!
Eu ainda cheguei a pensar que houvessem pessoas livres, enganei-me. E tu fizeste questão de mostrar o erro da minha teoria de castelos de cartas, obrigada.
Por um pequeníssimo acaso eras tu quem carregava com o que restou das minhas esperanças nisto tudo. Por um acaso.
Por outro acaso descobri a tua máscara. Haverá alguma vez mais maravilhosa coincidência? Duvido.
Sabes, (de certeza que não; não fazes a mínima ideia, não tencionas fazer; continuas na fantasia, numa diferente da minha), sabes, começo a pensar que a tese do egoísmo é mesmo a mais correcta para este planeta azul. E eu que ainda fiz um esforço para acreditar que não. Obrigada.
Continua na tua Fantasia, é bonita ao menos para ti.

domingo, 12 de novembro de 2006

Não basta abrir a janela.

Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.

Álvaro de Campos









E isto diz tanto. Sei que sim.
Enquanto tiver filosofia, (não 'aquela' filosofia de quem tudo sabe), enquanto continuar a inventar filosofia,lembrar filosofia, citar filosofia.
Enquanto tanta coisa, tanta mesmo. Não vou viver. Sei que sim.
Alguma vês abrirei alguma janela? Sei que sabes que não.
Sei que sabes, e que eu mesma sei.
Mas talvez não saibas que gostava de abrir uma janela. Gostava de saber sorrir como tu.
Por enquanto fica o sonho 'do que se poderia ver se a janela se abrisse, que nunca é o que se vê quando se abre a janela' .




(Continuas a saber sorrir como só tu.)

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

It's Not Easy

It's not that easy being green
Having to spend each day the color of the leaves
When I think it could be nicer being red, or yellow or gold
Or something much more colorful like that

It's not easy being green
It seems you blend in with so many other ordinary things
And people tend to pass you over 'cause you're
Not standing out like flashy sparkles in the water
Or stars in the sky

But green's the color of Spring
And green can be cool and friendly-like
And green can be big like an ocean, or important
Like a mountain, or tall like a tree

When green is all there is to be
It could make you wonder why, but why wonder why
Wonder, I am green and it'll do fine, it's beautiful
And I think it's what I want to be









And i think it's what I want to be.

sábado, 4 de novembro de 2006

Sexagésima Primeira

" O Sermão da Sexagésima " ?
Não foi nada sequer que se parecesse, mas olhando para trás...
60 edições de texto, multiplicadas pelas dúzias de quartos de horas que cada um levou, tenho aqui investida uma parte (muito?) pequenina da minha vida. E sendo hoje isto de gastar vida com algo, uma raridade, tenho aqui algo que para mim vai construindo o seu próprio valor.
Foi um investimento a branco, sem perspectiva de prazo algum sequer. Não esperava nada de concreto, nada exigi. Toda esta (ainda fraca) estrutura foi surgindo, porque estas letras não nasceram cinzentas; porque antes este espaço era democrático; porque a forma, a intensão, o destinatário, foram tomando formas diferentes, enfim, porque também eu passei para o metro e setenta e seis, (ou lá o que seja); porque também eu ganhei um pouco mais de consciência, à minha maneira, mas ganhei; porque também eu começei a gostar do cinzento ao invés dos espectros berrantes.
Se cresceu comigo? Treze meses, (descontando os meses vazios desta existência, que foram também eles vazios para mim certamente), treze meses não são nada numa vida, (novamente gosto de contradições). Cresceu.
E relendo a sexagésima edição, (não esta, mas a anterior), até faz algum sentido, lá nas " abstractices ".
A minha exitência, a existência deste espaço, é precária! E agora muito seriamente, ao menos a existência deste canto fez-me sentar, acalmar, e pensar um pouco. Não me refiro a resultados brilhantes, ou dignos de leitura, mas fez-me bem. Fez-me bem esta existência, esta precariedade começa a fazer parte de mim.
E queiram os seres do Olimpo que isto se torne natural para mim. Queiram eles.




Engraçado seria saber que alguém ainda gasta também uma pequeníssima parte da sua vida a ler isto. Engraçadíssimo! xD