sexta-feira, 29 de julho de 2005

Por vezes..


..por vezes tudo parece desmoronar
..parece impossível voltar a sorrir
..tudo fica cinzento
..perdemos o brilho no olhar
..já não temos certezas
..não é óbvio que o mundo é redondo
..nada faz sentido

..por vezes a única vontade é partir
..colocar o indispensável na mochila
..e seguir caminho
..sem olhar para trás
..sem ouvir as promessas banais
..sem pensar no passado

..por vezes o mais dificil tem de ser feito

..por vezes

..e quando a coragem ataca
..e a vontade é de olhar em frente
..e construir um novo rumo

..partimos

assim..
até dia 7..

..por vezes
..temos de abrir a asas e voar

domingo, 24 de julho de 2005

миємоиιc


(image by Cauba)




(porque à vezes em que não sabemos o que escolher..)

segunda-feira, 18 de julho de 2005

Verdadeiramente..



Verdadeiramente

verdadeiramente..
perfeitamente verdadeiro..
tudo te parece tão simples..
o universo gira ao teu redor..
as estrelas brilham para ti..
tens todos os sorrisos que desejas..
tens todas as verdades por descobrir..
tens tudo..
tudo menos o que profundamente procuras..
nem mil glórias de revelarão a única verdade que ambicionas..
sabes disso..
sabes que nada te fará merecer a realidade que pretendes..
mas continuas na tua incessante busca..
fingindo a ignorância..
continuando a sonhar..
mas..




::::::::::::::::::::::




acabadinha de chegar de um acampamento com os scouts..
é óptimo.. para pensar.. para respirar..
para estar com pessoas reais.. ou apenas realmente humanas..
talvez faça muito bem acordar com o canto dos pássaros..
e logo pela manhã reparar no Sol.. que está mais brilhante do que nunca..
ter a certeza de que o dia que ai vem vai valer a pena..
olhar à nossa volta e perceber que tudo é tão belo..
e que há pessoas que.. tal como nós.. gostam de ouvir a melodia dos pássaros..



ah!
já tenho o 6º livro! x)

quinta-feira, 14 de julho de 2005

..Que o meu vaidoso orgulho não comporta..


Fernando Pessoa
Se algm bater um dia à tua porta

Se alguém bater um dia à tua porta,
Dizendo que é um emissário meu,
Não acredites, nem que seja eu;
Que o meu vaidoso orgulho não comporta
Bater sequer à porta irreal do céu.

Mas se, naturalmente, e sem ouvir
Alguém bater, fores a porta abrir
E encontrares alguém como que à espera
De ousar bater, medita um pouco.
Esse era Meu emissário e eu e o que comporta
O meu orgulho do que desespera.
Abre a quem não bater à tua porta.



::::::::::::::::::::::




sou orgulhosa..
pronto.. está dito!
erro.. falho..
sei disso..
mas o meu orgulho nem sempre é tão compreensível..
ao ponto de permitir que tente retoceder..
é impossível fazê-lo.. poderias dizer agora..
mas o teu orgulho não é tão condescendente..
e assim..
o momento certo para falar ficou há muito para trás..
e o tempo exacto passou..
e mais uma vez..
o "vaidoso orgulho" venceu..
quem sabe..
talvez as horas que passaram..
que passam e continuarão a passar..
não o levarão à derrota..
e o poderoso orgulho não seja ferido..


orgulhosa.. porquê?

domingo, 10 de julho de 2005

Sabes..

(image by seekyledraw)

..cauba
Sabes..

sonho libertar-me de ti..
ao acordar..
desperto para a realidade..
levada pelo peso destas correntes..
que me prendem ao presente..
que desejo ser passado..

sabes..
sabes que os meus dias são passados numa prisão..
trancada numa sala..
cuja chave eu própria deitei fora..
em dias de ilusão..

sabes..
mas não te importas..
não te interessa se as minhas asas estão cortadas..

sexta-feira, 8 de julho de 2005

Reticências


Álvaro de Campos
Reticências

Arrumar a vida, pôr prateleiras na vontade e na ação.
Quero fazer isto agora, como sempre quis, com o mesmo resultado;
Mas que bom ter o propósito claro, firme só na clareza, de fazer qualquer coisa!

Vou fazer as malas para o Definitivo,
Organizar Álvaro de Campos,
E amanhã ficar na mesma coisa que antes de ontem — um antes de ontem que é sempre...
Sorrio do conhecimento antecipado da coisa-nenhuma que serei.
Sorrio ao menos; sempre é alguma coisa o sorrir...
Produtos românticos, nós todos...
E se não fôssemos produtos românticos, se calhar não seríamos nada.
Assim se faz a literatura...
Santos Deuses, assim até se faz a vida!

Os outros também são românticos,
Os outros também não realizam nada, e são ricos e pobres,
Os outros também levam a vida a olhar para as malas a arrumar,
Os outros também dormem ao lado dos papéis meio compostos,
Os outros também são eu.
Vendedeira da rua cantando o teu pregão como um hino inconsciente,
Rodinha dentada na relojoaria da economia política,
Mãe, presente ou futura, de mortos no descascar dos Impérios,
A tua voz chega-me como uma chamada a parte nenhuma, como o silêncio da vida...
Olho dos papéis que estou pensando em arrumar para a janela,
Por onde não vi a vendedeira que ouvi por ela,
E o meu sorriso, que ainda não acabara, inclui uma crítica metafisica.
Descri de todos os deuses diante de uma secretária por arrumar,
Fitei de frente todos os destinos pela distração de ouvir apregoando,
E o meu cansaço é um barco velho que apodrece na praia deserta,
E com esta imagem de qualquer outro poeta fecho a secretária e o poema...
Como um deus, não arrumei nem uma coisa nem outra...



::::::::::::::::::::::



não sei porquê.. mas hoje não consigo escrever.. ou tentar escrever nada..
ou talvez saiba.. e não queira saber..
bem.. o certo é que os poemas de Pessoa são para mim.. não sei..
talvez.. me reveja neles por vezes..
encontrei este.. por acaso..
é lindo..
aconselho.. =)



listening :: Epiphany [5*]
feeling :: just like i'm not me..

quarta-feira, 6 de julho de 2005

Let Me Go


"Let Me Go"

(3 DOORS DOWN)

One more kiss could be the best thing
But one more lie could be the worst
And all these thoughts are never resting
And you're not something I deserve

In my head there's only you now
This world falls on me
In this world there's real and make believe
And this seems real to me

[Chorus]

You love me but you don't know who I am
I'm torn between this life I lead and where I stand
And you love me but you don't know who I am
So let me go
Let me go

I dream ahead to what I hope for
And I turn my back on loving you
How can this love be a good thing
When I know what I'm goin through

In my head there's only you now
This world falls on me
In this world there's real and make believe
And this seems real to me

[Chorus]

You love me but you don't know who I am
I'm torn between this life I lead and where I stand
You love me but you don't know who I am
So let me go
Just Let me goo...
Let me go

And no matter how hard I try
I can't escape these things inside I know
I knowww...
When all the pieces fall apart
You will be the only one who knows
Who knows

[Chorus]

You love me but you don't know who I am
I'm torn between this life I lead and where I stand
And you love me but you don't know who I am
So let me go
Just let me go

And you love me but you don't
You love me but you don't
You love me but you don't know who I am
And you love me but you don't
You love me but you don't
You love me but you don't know me



::::::::::::::::::::::


às vezes a vontade é essa..
de deixar tudo para trás..
de esquecer..
e abrir os olhos para novos horizontes..
criar novos sonhos..
pintar um outro passado..
renascer das cinzas..
e construir uma nova fortaleza..
e quando essa força ataca..
tenho a coragem de um leão..
tenho a vontade de uma criança..
tenho tudo.. e sei que a vitória é certa..
mas um novo dia vem..
as convicções de ontem..
são agora cacos de uma peça de porcelana..
que deixei cair entre os meus dedos..
o meu descuido desperta-me para a minha realidade..
o que antes era certo..
agora está repleto de interrogações..
e ao olhar para o que me rodeia..
penso..
lembro..
repenso..
recordo..
e concluo..
decido que o que tenho é valioso demais..
tenho novamente medo de arriscar..
e prefiro tornar-me num barco inútil..
inútil..
porque preferi o porto seguro..
deixei fugir os meus tesouros..
os novos mundos que estavam para mim guardados..
e agora..
sou apenas madeira..
restos de um sonho fracassado..
preferi manter-me feliz..
na mediocridade do meu ser..
tive medo..
fracassei..
byCauba..

terça-feira, 5 de julho de 2005

Falas de Civilização

Alberto Caeiro
Falas de Civilização

Falas de civilização, e de não dever ser,

Ou de não dever ser assim.
Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos,
Com as cousas humanas postas desta maneira.
Dizes que se fossem diferentes, sofreriam menos.
Dizes que se fossem como tu queres, seria melhor.
Escuto sem te ouvir.
Para que te quereria eu ouvir?
Ouvindo-te nada ficaria sabendo.
Se as cousas fossem diferentes, seriam diferentes: eis tudo.
Se as cousas fossem como tu queres, seriam só como tu queres.
Ai de ti e de todos que levam a vida
A querer inventar a máquina de fazer felicidade!


algo melhor para estrear um blog fresquinho do que uma grande obra de um génio.. =)

é uma poesia que diz muito.. que dá muito em q pensar..

e isto é apenas o primeiro post deste nv blog.. já k o meu anterior.. o que deu o nm a este.. ñ estava em condições.. descanse em paz.. =)