sábado, 16 de setembro de 2006

( Sim, ponto final. )

Como uma tela por pintar.
Gosto tanto destas paixões repentinas que me perseguem a alma... Aquecem o corpo quase morto pela rotina e apagam por momentos a monotonia dos tons cinzentos da vida.
Gosto de ser feliz ao menos nestas fases.
Se num momento quero ser pintora, no seguinte astronauta e no outro pianista, qual é o problema deste mundo chato?
Não tenciono mudar-me. ( Sim, ponto final. )
Quero ao menos manter o meu espírito inconformista a sonhar, já que a inevitabilidade o tentará roubar a cada segundo da vida séria.
Se não me contento com o nível do mar, que fazer senão tornar-me numa alpinista e testar-me nas alturas? Mesmo que me custe uma vida a aprender as técnicas.
São paixões, e assim duram para sempre, mesmo que apenas até ao próximo nascer do Sol.
Hoje quero ser pianista! E nada mais que pianista serei por hoje.
Quero ter coragem e paciência, persistência, e continuar a lutar.
Queria tanto tocar com a alma. Mas sou feita de paixões como uma criança maravilhada numa montra de brinquedos.
Por hoje quero ser pianista e tocar com a alma, esquecer o mundo!
Ou talvez seja isso: apaixono-me para esquecer este mundo.
Se esta for uma forma de me manter viva, continuarei a ver a vida assim, a procurar pequenas coisas apaixonantes num mundo feio.

...e por hoje quero ser pianista e tocar com a alma.