quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Desde muito cedo na nossa relação que me comecei a contradizer, e esquecer tantas das minhas defesas, a ignorar tantas das ideias que tinha metido ao longo de 19 anos na minha cabeça com o único objectivo de me proteger.
Mas sempre pensei que isso fosse bom, estava a crescer. Pensei mesmo que só quisesses o meu bem, - dentro do humano claro - e que o que fazias era com boa intenção.
Acreditei que pudéssemos crescer juntos, contradizer as próprias ideias juntos. Acreditei que me devia deixar levar um pouco, porque te irias deixar levar também.
Na minha cabeça, quando as coisas corriam menos bem e deixava as ideias arrefecerem, tinha sempre exagerado, porque as tuas palavras ecoavam e diziam sempre isso. O meu hábito é julgar que estou errada, que o que de mal existe no mundo parte de mim, e por isso sempre acreditei que as tuas palavras estivessem mais certas que as minhas.
Na minha cabeça o pouco que davas começou a chegar, fui-me habituando a pensar que davas o que tinhas e que cada um gosta à sua maneira, uns de forma mais discreta que outros. Fui-me conformando com o pouco.
Fui-me habituando ao pouco, ao teu pouco e ao meu pouco: porque as borboletas teimavam em nunca chegar.
Conformei-me a pensar que gostava de ti, e que queria dar-te um pedaço da minha alma, porque talvez gostasse de ti mas não soubesse ainda bem o quanto.

Mas só tens o amor que pensas que mereces.
Desculpa, mereço mais. Quero mais para mim.