quinta-feira, 22 de março de 2007

" Largas-me a vida? " - perguntei.
Ele disse que não.


Claro! De prever era tudo isto, não?
Sei bem como sou, logo, sabia muito bem como ias ser.
Não estou (mesmo) nada feliz por ter conhecido alguém tão (incrivelmente) parecido comigo. Aliás, estou Farta desta situação (e a letra maiúscula dá-lhe entoação, espero).
Cansada de ti! Cansada dos dias sempre parecidos.
Cansada de detestar em ti o mesmo que detesto em mim!
Cansada de estar sempre e constantemente a esquecer o que odeio em ti pelo que tu tens de bom, que é o que eu tenho de bom.
Isto é tão estranho. É como se o que sinto por mim fosse posto em causa. E eu percebo que não me suporto!
Mas disto já eu suspeitava, acho.
O que me está a torcer a alma, a estrangular a respiração, o que me estraga as tardes de sol é esta existência!
Quem é que se esqueceu de partir o molde quando me fez? É que, muito seriamente, essa alma estupidamente infeliz deveria ser responsabilizada pelo mal que trouxe ao mundo.
Com um eu talvez ainda fossemos capazes de sobreviver. Agora, dois?! Isso nem eu suporto!
Obrigada, almas gémeas existem, mas não são para mim.


E volto a repetir:
- Largas-me a Vida? (É que... falo (mesmo) muito a sério!)