quinta-feira, 11 de agosto de 2005

Quando


Quando
Álvaro de Campos

Quando olho para mim não me percebo.
Tenho tanto a mania de sentir
Que me extravio às vezes ao sair
Das próprias sensações que eu recebo.

O ar que respiro, este licor que bebo,
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.

Nem nunca, propriamente reparei,
Se na verdade sinto o que sinto. Eu
Serei tal qual pareço em mim? Serei

Tal qual me julgo verdadeiramente?
Mesmo ante as sensações sou um pouco ateu,
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente.





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às vezes faltam-nos as palavras..
e então..
basta abrir um livro numa página incerta..
e logo de uma obra imortal..
sentir a brisa de palavras..

foi o que decidi fazer..






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cheguei dia 7 de um acampamento de 9 dias em España..
não há descrição possível..
o escutismo é definitivamente algo arrebatador..